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sábado, 17 de março de 2012

Final da Quaresma - a espera de um novo carnaval!


Quaresma, a espera por um novo carnaval!
Mais um feriado prolongado, graças a Deus! O povo se alegra pelo fato de o carnaval “carne vai” - que tirava a carne da mesa das famílias dando início aos jejuns e abstinências, como também às penitências e tantos costumes que marcaram de forma quase indelével a vida de tantos cristãos católicos estarem com seus dias contados. Afinal, o Tríduo Santo é um momento de recomeçar o carnaval. Viagens, muita comida, bebidas (as famílias mais católicas bebem só vinho, mesmo que não olhe a quantidade). Quem tem um poder aquisitivo melhor viaja para o sítio, para a praia, é tempo de veraneio. É tempo de comemorar em família o novo carnaval, a Semana Santa! Não importa mais, é tempo de relaxar, em nome do prazer e da “felicidade” vale tudo, até mesmo transformar a Semana Santa em carnaval. Vejamos uma boa programação para o novo carnaval:
Na quinta-feira santa, os mais avisados, vão a missa do lava-pés – Instituição da Eucaristia, isso se o dia de trabalho permitir.
Na Sexta-feira Santa: dia de dormir, descansar e depois viajar, ou mesmo nas famílias mais matriarcais é dia de levantar e fazer muita comida. Hoje, não é difícil de se ver muitos convites a bailes e shows para esta noite, uma boa pedida, o que você acha? Nada demais, de modo especial para os jovens que em casa estão acostumados a encontrar os pais em plena festa neste dia, bebendo e comendo muito... Desse modo precisam garantir a festa também a noite.
No Sábado Santo: Aleluia! É dia de beber mais, de relaxar mais ou de ressaca. A celebração da Vigília Pascal fica esquecida na penumbra da noite silenciosa que precede a ressurreição. Não é difícil de ouvir o canto do aleluia e do glória com voz tímida e nada penetrante... Como se o Senhor ainda estivesse morto... E como se o sepulcro continuasse fechado. Não há nada de novo! A não ser mais uma festa e mais lazer.
Domingo de Páscoa: muitos ainda em festa, o carnaval continua, é o último dia de descanso, vamos aproveitar o restinho do churrasco de sexta feira , a praia.
No domingo seguinte aparecem os cristãos (muitos até comprometidos) de volta, ainda com ma cara da ressaca da Semana Santa, nenhuma marca de Ressurreição, muito menos de que passou o tríduo meditando o sofrimento de Jesus por nós, pela humanidade... e que fez a experiência da ressurreição... Talvez a palavra e o texto bíblico que combine aqui seja a murmuração dos discípulos de Emaús, quando voltam decepcionados dizendo que nada aconteceu e que não foi dessa vez que aconteceu a libertação... Desse modo, timidamente se reinicia outro ano a espera de mais um feriado religioso (paganizado) para mais uma seqüência de exageros e de falta de discernimento e acolhida da vontade de Deus. 
Que bom que chegou a Quaresma novamente, assim posso reviver meu carnaval. 


Quaresma é tempo de esperança, tempo de uma abertura radical ao mistério da cruz de Cristo. É tempo de mudança na vida, nos atos, no modo de ser e de agir. Quaresma é tempo de tudo convergir para o Cristo e a ação apaixonada de Deus e tristemente alienada do ser humano que crucifica o Filho de Deus. Chegou a quaresma, meu retiro anual, momento de introspecção de olhar para dentro de mim, sentir minha verdade, saber se estou de acordo com a vontade de Deus ou não... Se estou olhando a necessidade do irmão ou não. Enfim, tempo de reconciliar minha vida com a minha verdadeira vocação: amar e servir! Ser como Jesus!  e perceber que temos um Deus que é eternamente bom e que nos ama muito, nos deu seu filho amado para nos salvar...  Somos seus. Laércio.sj

terça-feira, 31 de janeiro de 2012

Pelas ruas das Cidades...


Pelas ruas das cidades...

Olhando a realidade que nos cerca e marca, a tensão existente entre dignidade e liberdade volta sempre à tona. Vivemos uma realidade desprovida de modelos, de valores e de horizontes, não é pessimismo é realismo. Esta visão pode ser parcial, limitada e pequena, porém não é alienada.  Olho a partir da vida das juventudes – esta categoria está aberta e não suporta segregações econômicas ou geográficas, de raça ou de cor. Ao analisarmos os mundos dos jovens perceberemos que independente de suas realidades, eles sofrem cada um em seu tempo e situação a sua alienação própria, seja na favela ou no condomínio de luxo.

A grande tensão está entre a dignidade e a liberdade. Em nome da liberdade perdemos a dignidade, como se a norma, a lei, o equilíbrio, fosse um perigo à liberdade. Os jovens têm medo de viver aprisionado a normas e “correntes antigas” de pensamento, seja da família ou de outra instituição; tem medo de perder a liberdade. A vida dos jovens nos revela essa liberdade? Não. Hoje estamos diante de uma massa alienada e indiferente a muitas iniciativas inteligentes de mudança de pensamento e realidades.

Os jovens hoje vestem as mesmas marcas de roupas, perfumes, celulares, sapatos e apetrechos... A diferença está na autenticidade ou não do produto, mas as marcas são as mesmas, os corpos são os mesmos, malhados os rapazes e magrinhas as moças como manda o figurino. A ditadura da beleza se impõe hoje sobre o jovem que já está sob a ditadura do prazer. Porém, na tensão entre estas ditaduras, há uma mudança que marca profundamente a realidade da juventude, o que importa é estar bonito, bonita, mesmo que isso não me traga tanto prazer no processo para chegar ao ponto desejado (academias, jejuns e regimes, corpos furados e perfurados, tatuados...). Sem falar que a intensidade na vida dos jovens está na busca e não no encontro – relações vazias e sem sentido e sentimento – artificiais – passageiras e precoces – não há lugar para a intensidade.  A vulgaridade dos programas televisivos e jogos que usam dos jovens para a exposição de seus produtos, transformando os próprios jovens em produtos, estão revelando cada vez mais as contradições desse sistema de relações e de valores apresentados á juventude como modelo de felicidades. Um belíssimo filme nacional “é proibido proibir” nos mostra esta tensão bem de perto, ou basta citar o que testemunhamos acontecer diante de nossos olhos e dentro de nossas realidades a partir do momento em que alguém tem a coragem de ver o BBB em suas mais variadas edições.

A busca do prazer x  as religiões sem norma. 
Ao sair nas ruas encontramos outra tensão clara a busca do prazer x religião, nossas periferias estão abarrotadas de bares, academias e igrejas. Em Salvador é possível encontrar uma igreja que é concorrente de si mesma, na mesma rua e na mesma calçada podemos encontrar a mesma igreja numa distancia de poucos metros. Sem falar das mais diversas concorrentes com placas distintas. Cada bar, academia ou igreja tem seu objetivo: o bem comum. 

Porém, de maneira bem diferente. A questão que fica quando nos aproximamos deste universo é: o que está por trás de tudo isso? Quem será capaz dar suporte quando esta bomba estourar? Nas periferias encontramos homens e mulheres abarrotados de TVs novas, sons, carros, e muita bebida alcoólica, uma forma de expressar o poder de compra da população. Porém, não se encontra em qualquer esquina a felicidade e a realização pessoal.  Há um grande número de frustração em tudo isso. O lazer transformou-se em fuga da realidade, ele não ajuda a descansar e a relaxar, pelo contrario, ele está para o vazio que cada um carrega e não tem coragem de enfrentar. 

Um mundo equivocado e controverso como o nosso não pode ser levado a sério é verdade, porém está fabricando um monte de pessoas machucadas, desiludidas e alienadas, vivendo distante de sua verdadeira realidade sem a menor condição de pensar o amanhã, sem a capacidade simples de projetar a sua vida. Mais que nunca buscam viver o dia de hoje (quem sou eu?), em detrimento do amanha e do futuro (para onde vou?), esquecendo o seu passado (de onde eu vim?).

O que me entristece é ver o quanto os jovens se alegram com pouco e até mesmo com o que está em seu horizonte simbólico, simplesmente ignoram as oportunidades que existem no Brasil de hoje como oferta de uma realidade diferenciada. Embora muitos estejam aproveitando a grande maioria está distante de construir um horizonte mais maduro e seguro.

Para muitos a saída está na religião fácil do “aceitar Jesus” buscam no ambiente religioso uma saída superada para suas vidas, porém esta atitude é tão intimista que não passa disso: um grande desejo de converter as atitudes de pecado em vida nova e participar de um grupo tendo como elemento expandir e multiplicar os fiéis, em detrimento da religião predominante, no caso o catolicismo. Importante ressaltar que mudar de religião aqui, nem sempre significa mudar de vida, pois, hoje a religião está mais conivente com o mercado, ela se adapta a necessidade do cliente a fim de satisfazê-lo a todo custo, inclusive aliviando as regras e normas, transformando o Evangelho num produto.

Quando analisamos a realidade das juventudes não deixo de fora os adultos, afinal são eles quem produzem na maioria das vezes instrumentos de manipulação dos jovens. Dessa forma, acredito que é chegada a hora de continuar crendo que há um caminho alternativo para o que vivenciamos no mundo de hoje.  Já nos dizia Câmara Cascudo que, “o melhor produto do Brasil é o brasileiro” vejo nesta frase, adaptada a este contexto que temos em nossas mãos a capacidade de criar e gerar alternativas que possam nos tirar do labirinto que vivemos atualmente. Creio que a dignidade das pessoas pede espaço enquanto sobrevive em meio ao proselitismo da falta de pudor e de perspectiva e horizontes. A sensação que temos no momento de desanimo não pode ser generalizada uma vez que há quem busque saídas para o que vivemos. É necessário pensar, refletir, produzir, criticar, opinar... Interferir. Nem tudo está perdido. Será? 
Caminhem pelas ruas das cidades ou liguem suas televisões e tirem suas conclusões... Laércio.sj


segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Tenho medo de desejar Feliz Natal!


Tenho medo de desejar Feliz Natal!
A Esperança quer habitar em nós e não encontra morada. Mais um Natal – talvez a festa cristã mais pagã do mundo. O foco desta festa está cada vez mais no poder de compra, em detrimento daquele que tudo pode. Cada natal nos revela em nossa sociedade um sentimentalismo vazio de desejo de paz e mudança social, ressoa entre nós um amarelo “feliz natal!”. Temos um ano inteiro e não vemos muito esforço na construção e acolhida deste Natal. Porém, quando chega o Natal capitalista as luzes e sinos começam a nos encantar e alienar, fazendo-nos pensar que de fato há uma novidade na terra. Porém, passada a festa, ficam a ressaca e mau hálito do tão pronunciado “Feliz Natal” depois da noite da “ceia” regada a um bom vinho ou a já tão tradicional cerveja nacional tentando viver uma certa felicidades. O brilho da noite nova cheia de novidade dá lugar ao brilho artificial das luzes que acendem e apagam mostrando o quanto é incerta a luz deste mundo. A luz verdadeira não se apaga, não termina, brilha sempre pois é felicidade e esta não está a venda. Porém, os olhos estão impedidos de ver a verdadeira luz. Pois estão deslumbrados demasiadamente. O natal consumista e capitalista de hoje nos enche de estereótipos, o que dizer da figura gorducha do Papai Noel? Um ainda bom velhinho que continua sorrindo às nossas criancinhas. O verdadeiro presente, o bom velhinho não tem para dar. Porém, continua a doce ilusão do velhinho que desce pela chaminé de nossas casas, embora nossas casas não possuam chaminé... O que dizer da neve?  Pois é, ainda há adultos que acreditam no Noel – mesmo que transformado numa figura vazia e desnecessária numa sociedade já tão distante de sua verdadeira vocação.  Incentivar estereótipos como este, para mim, é continuar a não focar a vida e a existência na verdadeira base e sentido de nossa vida.  
O prometido chegou! A história se repete, não o acolhem e não o aceitam, pois estão muito ocupados em compras e promoções.  Ele será chamado Emanuel (Deus conosco)... Esquecemos de sua presença no meio de nós. As relações estão vazias e sem sentido; a sociedade busca novos parâmetros para sua sobrevivência; a fé foi instrumentalizada a ponto de preferirmos uma religiosidade fácil sem o Cristo a uma religião que nos coloque direto dentro do mistério a ser celebrado. Queremos nos relacionar com a fé e com a religião do mesmo modo que com o mercado, toma lá dá cá.  E Cristo vai cada vez mais desaparecendo da religião e da fé. Ficando como tábua de salvação à religiosidade artificial expressa (às vezes) num Feliz Natal.
Posso parecer pessimista para alguns, prefiro! Só não aceito ser chamado de Papai Noel! Confesso que às vezes, dependendo do ambiente e da realidade, tenho até medo de desejar um Feliz Natal, tenho medo de ser artificial e inconseqüente como tantos e milhares de homens e mulheres (pseudo-cristãos) ao desejar repetidas vezes esta frase sem pensar na conseqüência dela e sem pensar no que de verdade isso significa para eles. Como também, sem saber de verdade como será a aceitação desta saudação. Poderíamos ao menos nos perguntar como outrora “mas como isso se dará?”
Então o que nos resta? Como poderemos de verdade desejar um bom natal a todas as pessoas embaladas nesta festa cristã? Certamente tem peso um Feliz Natal quando sai da boca daqueles e daquelas que de verdade em suas vidas são todos os dias um verdadeiro Natal.

Acredito que temos em cada Natal a possibilidade de recriar esta festa, que não seja simplesmente a oportunidade de confraternização. Mas sim a oportunidade de uma vida nova, de mais lucidez na busca de sentido para a sua vida – fixando o olhar em Jesus. Natal é acolhida, é chegada, é de verdade atitudes novas (diárias) rumo a um novo mundo, novas opções. Quem vive em sua vida uma eterna acolhida da Palavra que se fez carne, agora se prepara para a próxima vinda de Cristo.  Um novo natal, um natal pleno, um nascimento novo para uma vida nova e eterna. Ou seja, sua vida sempre será um natal -  Maranatá (Vem, Senhor!). Não podemos ter medo e vergonha de desejar uma feliz chegada de Jesus em nosso meio, desejar ao outro que Deus habite em seu meio significa desejar de verdade um feliz e novo natal diferente e mais discreto do que já encontramos por aí. Acredito que desse modo poderemos embalar dentro de nós a pergunta, o que seria de nosso mundo "se o Natal fosse todo dia?". Laércio.sj

terça-feira, 13 de dezembro de 2011

Quem é importante e influente em sua vida? As famosas listas de final de ano...


Você já se perguntou qual o critério que as empresas de medir a opinião pública usam para medir a sua opinião? Para ser mais claro usarei alguns exemplos concretos: recebi esta semana uma revista de grande circulação no país elencando os cinco brasileiros do ano de 2011. São eles a presidenta Dilma (brasileira do ano), José Beltrame (brasileiro do ano na cidadania), Gilberto Kassab (brasileiro do ano na política), Anderson Silva (no esporte) e Antonio Candido (na cultura). Logo depois uma grande editora do país lançou em um número de uma das suas revistas semanais uma lista com as Personagens do ano de 2011. Políticos, artistas, empresários, esportistas, líderes, etc. Por último a Forbes veiculou uma pesquisa que mostra as 10 personalidades mais populares felizes e admiradas pelos brasileiros (sendo elas brasileiras ou não) – vamos a alguns deles: 1º Silvio Santos; 2º Bill Gates; 3º Angelina Jolie, 4º Lula, 5º Jesus Cristo... 10º Pelé.
Há alguma novidade nestas listas? Não! Sempre estão recheadas de estereótipos de superação, felicidade e sucesso. A sensação é que várias dessas figuras em minha forma de ver e entender, parece-me que são de plástico. Ou seja, muitas delas não são de verdade modelos a se seguir como forma de realização e felicidade ou mesmo de sucesso. Vale aqui se perguntar também o critério para se entender a felicidade, o sucesso e a partir de que ótica. Como por exemplo, a lista da Forbes: parece-me profundamente desleal e desigual utilizar o mesmo critério para analisar personalidades como as que foram apresentadas.
Por outro lado, estas listas revelam a falsa sensação de que estamos participando de algo quando opinamos numa dessas pesquisas (vale também se perguntar se alguém conhece uma pessoa ao menos que já participou). Revela também, o nível de conhecimento e de exigência daqueles que participam da mesma. Será que esta medida serve para mim? Serve para você? Não sei, só sei que todos os finais de ano elas aparecem. O Justin Bieber foi eleito a personalidade mais influente do twitter, já imaginou você a influência que este imberbe exerce em sua vida? Ou mesmo de quem freqüenta esta rede social?
Poderíamos nos perguntar também: por onde andam os nossos verdadeiros modelos de virtude, superação e felicidade de nosso tempo? Pelo que vejo continuarão escondidos e escondidas como sempre viveram e gastaram suas vidas, mas não passou na TV. “O que não está na mídia não existe” -  detalhe: o que não está na mídia existe sim, porém, simplesmente não está na mídia! Você deve estar se perguntando pelos lideres religiosos de nossa sociedade, pois é, sumiram da lista e os que apareceram me pergunto a respeito de o que eles fazem presentes nelas e se não se envergonham de serem citados... Estas listas para mim são tão aguadas como suco de chuchu. Bem, estão presentes o Pe. Marcelo Rossi e o Pr. Silas Malafaia (um de seguimento católico e um evangélico). O primeiro um padre artista e de poucas palavras; o segundo um pastor orador, porém controverso. Como vemos o melhor mesmo seria que estas listas não existissem e fossem trocadas por outras: por exemplo, quais foram os brasileiros heróis que conseguiram sobreviver com um salário mínimo mensalmente? Quem são aqueles que não agüentam mais andar em transportes públicos apertados e desumanos todos os dias? Ou mesmo, quem são os brasileiros que conseguiram dar a vida amando, perdoando, ajudando, propagando o respeito, a fé, a alegria de viver sem ganhar nada em troca, muitas vezes nem um obrigado? Quem foram os brasileiros que foram vitimados no campo, martirizados em nome da injustiça no país? Esses são os verdadeiros homens e mulheres que deveriam encabeçar estas listas ao lado de personalidades de destaque nacional que já estão lá há anos e que nem sempre conseguem ser modelo de vida e de seguimento para nós. Coitado de Jesus Cristo! O que faz ele nesta lista?
Pois é, está é a nossa sociedade, construída por nós, homens e mulheres que carecem de modelos, de paradigmas e de horizontes e enquanto não os encontramos, ficamos ciscando pelos cantos nos enganando uns aos outros com esses “vultos” que se destacam em nossa sociedade às vezes até acalentando dentro deles mesmos que são de fato modelos para os brasileiros e personalidades do ano, pelo fato de estarem todos os dias na mídia. A mídia continua agendando a nossa mente, porém, podemos construir uma agenda da terceira via... Quem para você é destaque e mereceria entrar nestas listas? Fica aí a dica e a provocação. Laércio.sj



sexta-feira, 18 de novembro de 2011

"A vulgaridade faz parte da vida do ser humano!"

Dizer “A vulgaridade faz parte da vida do ser humano” é uma forma de nos fazer ver o caminho que o ser humano tomou. O caminho da loucura e insensatez - caminho quase sem volta.
Olhar para o ser humano é olhar para uma obra prima, cuja construção ainda está em curso.
Porém, a sensação que às vezes tenho é que o humano ao reconhecer-se humano, entra automaticamente num processo autodestrutivo, para não dizer suicida, simplesmente para desafiar a ele mesmo. Ou seja, sou ser humano, por isso, sou ser destrutivo – quero me destruir em nome da aventura de poder da autodestruição como um lazer banal (mesmo que por vezes inconsciente).
A emoção da autodestruição disfarçada e maquiada em pós-modernidade e liberdade ameaça de extinção o senso crítico do homem e da mulher. Claro que não podemos generalizar. Mas também, não isentemos a muitos não, pois, o ser humano está sim, como diria meu avô, de ladeira a baixo.
Às vezes umas atitudes da sociedade, atitudes corriqueiras, revelam a verdadeira face do ser humano, ou do que ele está se tornando.
A capacidade que tem o humano em muitas vezes se alegrar com o mal, com a violência gritante que nos afeta. A alienação e sensação da juventude vitimada por uma sociedade cansada de ser fiel, digna, correta, revelam o nível de degradação que entrou o ser humano.
Estamos no momento do desmando, ninguém pode, nem deve mandar em ninguém, a sociedade não suporta o fato de ter que obedecer, ou ficar abaixo das ordens de alguém, por isso mesmo, as instituições, taxadas de retrogradas e rígidas, já estão em crise, como por exemplo, a religião e a família. A religião: vive seu momento de mercado uma vez que a moda é preferir a mais light e mais adaptada ao sabor do cliente... Com a família não é diferente, pois vive sua crise desde muito tempo – inversão dos papeis, novo modo de ser família (novas famílias). Em ambas, obedecer não é a palavra mais forte, não é mesmo. O que vale é arriscar, fazer o que vier na telha - ser “insano” - não medir as conseqüências.  A palavra obedecer fere os ouvidos de uma sociedade fundamentada na falsa sensação do “Yes, we cam” ou “Si, se puede”.
Em nome da falsa sensação de realização e de felicidade confundida com o prazer,  parece-me que chegou a hora da verdadeira “Tirania do prazer” (Jean-Claude Guillebaud) – todos estamos submissos ao prazer, independente da fonte dele.
No âmbito sexual, passagem da liberdade ou revolução sexual para a “algazarra sexual” ou o “vale tudo” sem o mínimo respeito por nenhum parâmetro ético ou religioso.  Vale inclusive, perder todo pudor, perder a capacidade de desconfiar de quando se está sendo ridículo em nome do vulgar. O sexo hoje dá as cartas, esta tirania que acontece hoje na vida das pessoas faz agonizar no humano a dignidade e os valores, aqueles que nossos antepassados levaram com sigo para o túmulo. Com isso, não faço apologia ao saudosismo, pelo contrário, porém, também não incentivo a irresponsabilidade.  
A força irredutível dos tiranos de hoje, nada dissimulada, diga-se de passagem, escraviza e mata violentamente a nossa geração que depois do deleite nas ondas do prazer oferecidas pelo lazer despudorado e descomprometido com o outro, deixa em cada uma de suas vítimas um gostinho de quero mais. Porém, são elas incapazes de perceber que na verdade é esta a escravidão atual que cega, mata e rouba nossa alma de modo disfarçado e alienado.  A banalidade virou sinônimo de prazer e libertinagem, beiramos o fim da sensatez e da lucidez, incrível que não falta quem comemore este momento tão desejado e esperado por muitos.  


Será que este caminho escolhido pelo ser humano é um caminho sem volta? Alguns sinais dessa derrocada já enxergamos: o fanatismo – a intolerância – o proselitismo religioso e secular no âmbito das idéias e ideologias – a avidez por mais dinheiro e menos ética = corrupção... a instrumentalização das ciências em nome da ganância e do sonho dourado de “ser como Deus”, a promiscuidade invadindo nossa vida como um vento fresco de final de tarde colorido por um belo por do sol. Será este pro do sol a descida da humanidade à sua noite escura? 
Pe. Laércio.sj


quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Religião, quando a celebração é mero ato de prazer.


Religião, quando a celebração é mero ato de prazer.

Estive pensando na famosa frase “a religião é o ópio do povo” (hoje dedicada a Marx, embora não seja a idéia totalmente dele) – e pude entender um pouco a razão desta expressão ao olhar a realidade da religião no mundo de hoje. Não é difícil escutar alguém repetir esta frase mesmo tão distante de seu criador e muitas vezes sem nem saber o que ele de fato queria dizer. Porém, sinto que querem comunicar a mesma coisa. Cabe a pergunta: será a religião um entorpecente para o nosso povo? Se antes de nossa geração, alguns pensadores já tinham razões para afirmar que a religião é ópio, imaginemos se eles estivessem entre nós no mundo de hoje.

Religião é experiência de adesão a um projeto e não uma curtição. Não é status, não deve ser moda, muito menos estar num lugar que afaga meu ego ou mesmo, me faz sentir que estou bem. Religião não é spar, religião não é instrumento de “guerra santa”, religião não deve ser moeda de troca no mercado do desrespeito e da loucura da busca pelo sentimentalismo.
Outro dia uma pessoa me chamou ao canto e perguntou: por qual motivo a missa é um ritual que sempre acontece a mesma coisa, e as respostas são iguais, tudo muito na hora marcada?
Tentei explicar, embora não tenha sido primeira vez que me perguntaram sobre isso.
Pr. Luterano
Antes do pentecostalismo no Brasil, uma pergunta dessa certamente seria difícil de escutar, uma vez que a experiência de evangelismo (protestantismo) no Brasil trouxe ainda a marca católica no jeito de celebrar e de viver o mistério da Fé e até nas vestes litúrgicas.  São vestes adotadas pela litúrgica católica, o mesmo serve para o ritual, para alguns sacramentos... Como também, as imagens de santos e de Cristo nas Igrejas Protestantes, nada disso diminui as Igrejas irmãs, pelo contrário, nos faz mais irmãos... Porém, é diferente o que acontece com a chegada da experiência neo-pentecostal e pentecostal. Hoje em dia, com as mídias mais populares e a presença de alguns seguimentos do pentecostalismo católico, como a RCC, o modo pentecostal protestante de celebração invadiu de vez a Igreja e afetou o modo de alguns padres celebrarem e conseqüentemente dos fiéis.
Hoje, os fiéis podem escolher a missa que quer “assistir”, inclusive se preferir, poderá ficar em casa, acomodadamente e sem esforço nenhum, olhando para a sua televisão.
Podemos chamar isso de um grande esforço de trazer as pessoas para Jesus, porém, a que preço?
Daí nasce a necessidade de muitos fiéis, buscarem na Igreja Católica um culto que fale a sua linguagem hoje, mesmo que beire a  linguagem do nada, ignorando a nossa história, sem perceber que estão caindo na armadilha dos tempos atuais, tudo rápido e com muito prazer. O mistério fica fora, o silêncio também. Querer comparar ou mudar nosso jeito de celebrar significa cair na tentação de olhar para o jardim do vizinho e não perceber a beleza do seu. Já temos tempo e experiência suficientes para saber que em nosso jardim temos a flor bela e cheirosa que dá sentido a nossa caminhada de fé. A Eucaristia nos alimenta e nos sustenta, ela quando cheia de silêncio e profundidade faz acontecer o encontro entre a assembléia reunida, Corpo de Cristo e Jesus a cabeça – o verdadeiro sacerdote.
Quando isso não acontece e buscamos as modas e os excessos litúrgicos, estamos simplesmente nos enganando, uma vez que, os fieis aparentam rezar e alguns ministros ordenados, aparentam presidir.  Por isso o ato de buscar “assistir” missas diferentes, em paróquias diferentes, comunidades diferentes, a partir do gosto e da comodidade que esta ou aquela paróquia me oferece, ou mesmo, o movimento x ou y, não é tão raro, pois querem uma celebração à própria medida. Transformar a Eucaristia num "descarrego”, ou num “desafio de Deus” não seria difícil, o difícil mesmo seria continuar celebrando a eucaristia, pois nessas alturas, já não teríamos mais uma celebração eucarística, mas sim, uma grande celebração ao nada e uma profanação do verdadeiro sentido do estar em comunidade para Eucaristia = Ação de Graças – Memorial do Senhor. Tirar o foco do que celebramos significa tirar a ação salvífica de Deus do centro e colocar a nós mesmos... Nossos problemas e nossas fragilidades. Não podemos perder a essência do sentido de estarmos juntos no entorno do altar e do ambão. Precisamos mais que nunca desfazer-nos dos apetrechos e exageros litúrgicos e buscarmos a essência daquilo que celebramos, com mais silêncio, mais mistério, mais dignidade, mais qualidade e mais mística e muito mais abnegação para deixar aparecer o que deve de fato aparecer  -  Jesus é o Centro.
Acredito também que não seja o momento de procurar culpados, mas sim, devemos saber observar as mudanças culturais. Vivemos num mundo que cada dia mais não sabe lidar com o simbólico, isso esvazia o sacramento, por isso, para muitos, tanto faz como tanto fez, o que vale é sentir emoção e prazer quando ora. Isso fica claro quando passamos em frente de algumas “igrejas” nas ruas das cidades, de modo especial na periferia,  basta algumas cadeiras de PVC, umas flores de plástico, um púlpito, um som e um microfone... Faltam os símbolos da fé, um lugar esvaziado de sentido e de mística - ali o interesse é profundamente egocêntrico, ou seja, o desempenho do pregador, do cantor, do tocador e de quem dança já se bastam. O altar não tem significado, o ambão é lugar de arrecadação, o espaço é vazio de significado, por fim, quem fala mesmo é o ser humano e sua própria natureza convidando sempre ao prazer. 
Lamentavelmente encontramos uma verdadeira turba que procura facilidades em nome da fé. Não percebem que esta atitude é fruto do momento que vivemos, não percebem que hoje a cultura pós-moderna globalizante se esforça em colocar tudo no mesmo patamar, tudo é igual, tem o mesmo valor e sabor... o que importa é ser feliz. A cultua atual está nos colocando uma armadilha, será ela mesma quem irá um dia nos puxar o tapete, uma vez que não teremos mais símbolos, diferenças, características, e viveremos mais que nunca a cultura do tanto faz. A diferença nos enriquece, não somos obrigados a sermos iguais, podemos viver os mesmos ideais, mas não podemos perder aquilo que é nossa identidade em nome da vontade do momento.  Por isso, não podemos mais deixar que a religião do descartável, fruto do pós-modernismo, dê as coordenadas e nos entorpeça de modo alienante e destruidor. Afinal celebrar, crer em Deus como Igreja e em Igreja é estar mergulhados naquilo que o que celebramos significa, e não no que queremos que ele signifique... Celebrar é serviço - entrega - amor ao próximo... ação de Graças a Deus por nos ter dado Jesus Cristo.
Celebrar é mais que sentir prazer, celebrar é viver o mistério pascal 
 memorial do Senhor, como Ele nos pediu. Estar na igreja, ser seguidor de Jesus, implica também, fazer o possível para que a nossa liturgia não se transforme num grande teatro que nos faz chorar e sorrir de acordo com o teor da piada. Celebrar é adentrar no mistério daquilo que celebramos é sermos transformados naquele que celebramos, é mais que uma música doce e melodiosa para eu chorar, é bem mais que um estacionamento confortável para meu carro, muito mais que um ar condicionado na Igreja, ou muito mais que um estilo de Igreja e de Celebrar.  A casa de oração não deveria se converter no foco da procura e busca do cristão, mas sim, num lugar de encontro com o sagrado e com a sua identidade mais profunda o Cristo.  Pe. Laércio.sj

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A dor da Religião Equivocada


Crer é um ato profundamente característico do ser humano, eu diria que é um dos atos que o caracterizam, afinal, animais irracionais não crêem. Ultimamente tenho visto que a abertura do ser humano ao ato de crer equivocado pode ser também, uma brecha para o ato de sofrer! Em breve creio que poderei ter explicado bem esta afirmação.
O ato de crer não está relacionado apenas ao ato religioso, uma vez que cremos, por exemplo, que no horário certo e combinado previamente o metrô passará na estação X no horário Y, a não ser que algum incidente o atrapalhe em seu percurso. Crer que o dia vai amanhecer, que o sol vai nascer, que a lua aparecerá... Tudo isso implica o ato de crer. Mas, é do ato de crer religiosamente que eu quero refletir – crer nunca foi tão perigoso! Mesmo que relembremos das cruzadas, das fogueiras, das brigas teológicas antigas e modernas, acredito que o ser humano nunca esteve correndo tanto risco como antes... se olharmos para nossa realidade hoje e os conflitos existente até hoje nos surpreenderemos, por exemplo vejamos o conflito de Darfur (conflito armado no oeste do Sudão -  com características étnicos culturais e religiosas) a Organização Mundial de Saúde estima um numero absurdo de 50 mil a 450 mil mortos... Vejamos outro número alarmante: em todo o mundo são mortos 150 mil cristãos por ano, o que estão chamando de “cristãofobia”. Olhando para nossa história podemos lembrar que entre os próprios cristãos, muito sangue já se derramou. Um luterano chamado Benedict Capzov (fanático) foi responsável por mais de 20 mil mortes de bruxas no século XVII, sua tese estava embasada no antigo testamento que pede para que não deixem viver as feiticeiras.

 Na Alemanha, as posições de Lutero levaram à morte mais de 30 mil camponeses anabatistas. Na história da Igreja Católica foi em 1231 que o Papa Gregório IX lançou a bula Excommunicamus, através dela era estabelecia a Santa Inquisição.  Certamente são dados que nos colocam numa situação complicada, uma vez que hoje, nos é inconcebível tais atitudes. Tudo isso é de fato vergonhoso, porém o que dizer das formas de violências modernas em pleno século XXI e em nome de Deus e da religião? É verdade a Inquisição passou, porém, vemos outro tipo de morte e atrocidade acontecendo. O crente hoje em pleno exercício de sua liberdade de poder pensar e viver livremente a sua fé como direito legítimo concedido é usurpado e violentado de outro modo, pois se vê enganado e manipulado por falsas experiências religiosas que tiram e arrancam o senso crítico das pessoas, tornando-as simples objeto de manipulação e controle responsável pela manutenção da indústria religiosa presente hoje em quase todo o mundo.
A religião equivocada faz uso do ato de crer de vários e milhares de seus fiéis, controlando e manipulando suas ações, interferindo em suas vidas, e lavando suas mentes e seus corações. Vejamos o que acontece aqui no Brasil, qualquer sala de esquina de rua vira “igreja”  com a pretensão de enviar ao céu o seu rebanho, mesmo que seja este apenas sua família e seus amigos mais próximos, que visitam sua antiga mercearia ou bar, agora transmutada em igreja.
A violência é grande, certo dia, lá na Cochinchina,  chegou uma senhora decepcionada pelo fato de ter pedido emprestado ao seu “pastor” dinheiro para pagar em duas parcelas, uma quantia de 600 reais  destinada a quitar o aluguel de sua casa. Obvio o pastor não a emprestou e isso foi a causa de sua frustração, pois certa época ela já havia “socorrido” a sua igreja com a poupança que possuía guardada, o pastor a desafiou a ser generosa para que pudesse receber mais de Deus.  Assim ela fez. Hoje, desempregada e sem poupança, ela segue sofrendo. A população é vitima do “sagrado” as pessoas são simples e se confiam entregando tudo que possuem, no desejo de ver a vontade de Deus acontecendo em suas vidas.  A dor é grande, o sofrimento é intenso, a cegueira é grande. Não podemos generalizar os fatos narrados, porém, precisamos tomar consciência que há uma nova ordem em meio ao religioso pós-moderno que suporta estas posturas e posicionamentos, O FANATISMO –  o grande inimigo da religião. O fanatismo ensoberbece e cega, envaidece, massacra a liberdade e não se abre ao diálogo com o diferente. Tudo isso em nome de Deus e da religião. A experiência de crer, neste sentido, quando mal administrada, cria mais dificuldade para a aproximação do e com o sagrado.   A imagem de Deus fica condicionada ao bom humor do ser humano... falta a lucidez e a lealdade, a sinceridade, a verdade.
Por isso, nunca deveremos abrir nossa boca e dizer que, o que vale é buscar a Deus, ou que tudo é igual e Deus é o mesmo... Dizer isso pode até parecer pós-moderno e bonito, porém não é verdadeiro. O racionalismo e o fundamentalismo,  são atitudes que mesmo sendo tão antagônicas parecem irmãs uma vez que o racionalismo se fecha na experiência empírica e o fideista, se segura na fé, no subjetivo, abrindo mão da razão. Com certeza esta não é a nossa postura, nem a Igreja incentiva esta atitude fechada e descabida na atual conjuntura eclesial e social. Dialogar é a palavra chave para resolver qualquer dor e até mesmo, para mudar a concepção de Deus e de mundo. Só assim, poderemos ser mais cristãos, mais fiéis, mais fortes... e deslocaremos do centro da religião de hoje a competitividade e a tentadora postura de escolher a sua religião de um modo “a la carte” e  muitas vezes desleal.
Por isso, renovar a fé, professar a fé constantemente e em comunidade nos transforma em homens e mulheres capazes de entrar num grupo, de conviver em fraternidade e de dialogar -  partilhar experiências sem querer queimá-los, desmerecê-los ou mesmo condená-los ao inferno dos loucos... Aquele em que estão lá apenas os que discordam de meus pensamentos.  

Crer ainda é possível sem ser manipulado?

Certamente que sim, principalmente quem não tem medo do novo, do desconhecido, do questionamento, da pesquisa, do estudo, da oração sincera.  
Crer religiosamente será possível e bem melhor, quando descobrirmos que somos o que somos pelo fato de podermos nos reconhecer em nós, e nEle o “totalmente Outro”, não como alguém intrinsecamente separado do humano, mas pelo contrário, aquele que se revela o Outro, no outro que está ao meu lado, neste mundo. Um Outro acessível e possível de “tocar”. Porém, este Outro não poderá ser visto como o que manipula ou é manipulável, o que me tira a liberdade e sentido da existência, pelo contrário, Ele quem me cede a capacidade de crer e de não crer, sou livre.   Ele quem se revela ... a ação é dele.
Crer na e em liberdade (o que é diferente do individualismo religioso) é possível, acreditar que somos filhos e filhas livres é possível...  O melhor mesmo seria que não precisássemos da religião para aplacar nossa dor, para livrarmos do demônio e para nos garantir seguranças neste mundo, mas sim para nos conduzir a Deus pelos caminhos da verdade que é o próprio Cristo. Se não for desse modo, a religião dói e faz doer -  o fanatismo impede a liberdade e mata -  aqui está a dor do ato de crer de um modo equivocado, a dor da religião equivocada que nos priva da verdadeira religião que é o amor e a justiça.
 Pe. Laércio.sj